terça-feira, fevereiro 15, 2005
COLOCAR AS TERRAS NO MAPA ...
Esta mania de se dizer que se quer colocar as terras no mapa, como se dele se tivessem evaporado, parece ser endemia contagiosa.
Santana Lopes já fizera do chavão “ colocar a Figueira no mapa “ um imaginoso slogan de propaganda.
A moda propaga-se. Segundo noticia o Diario As Beiras, agora é Zita Seabra , devota convertida ao culto de Nossa Senhora de Fátima, que diz ser necessário colocar Coimbra no mapa .
Uma afirmação muito pouco lisonjeira para Carlos Encarnação, Presidente da Câmara de Coimbra desde há quase 4 anos, cumpre sublinhar.
Zita Seabra imita e invoca o sagrado nome do querido líder, quando se refere a “voltar a pôr Coimbra no mapa , como Santana Lopes fez na Figueira da Foz” .
Terra sobre a qual acrescenta esta afirmação espantosa : “ outrora uma praia envelhecida e deprimida e, depois da sua passagem pela Câmara , uma estância de férias outra vez apetecida e procurada “.
Zita Seabra saberá do que está a falar?
Ignoro onde terá ido Zita Seabra buscar elementos para fundamentar tal conclusão. Provavelmente serão só palpites e tentações eleitoralistas.
A época balnear , de maior afluência de turistas ( ou de banhistas...) , continua reduzida, na Figueira da Foz, ao mês de Agosto . Talvez mesmo somente às suas 3 primeiras semanas.
Em Agosto, desde que me lembro, a Figueira sempre esteve cheia, com Santana ou sem Santana, com foguetes ou sem foguetes, com desfiles de bikinis ou sem desfiles de bikinis.
Nos fins de semana de Julho, a Figueira também sempre esteve cheia de turistas, por um ou dois dias, na sua maioria gente que por aqui tem um apartamentozito de segunda residência .
O mês de Setembro deixou , de todo, de ser um mês pertencente à época balnear, como resultado de uma alteração substancial dos hábitos e do contexto económico e cultural do tecido social português.
Na parte restante do ano, a actividade turística anima mais um pouco a cidade, um ou outro fim de semana .
Mas deixemo-nos de palpites e de propaganda eleitoral. Será melhor ir buscar a verdade dos números.
Segundo o INE , a taxa média anual de ocupação dos estabelecimentos hoteleiros da Figueira foi:
- em 1999 : 25,8 %
- em 2000 : 25,1 %
- em 2002 : 23,6 %
Onde estará a transformação da praia envelhecida e deprimida, na estância outra vez apetecida e procurada ?
E onde estará o determinante papel do turismo na economia figueirense?
Desde logo, refira-se o caso de Coimbra, onde, com um número total de camas 9% superior ao da Figueira , se verificaram os seguintes valores:
- número de dormidas: 317 mil ( 157 mil na Figueira)
- taxa média anual de ocupação : 39,3 % ( 23,6 % na Figueira )
Outros concelhos de cidades próximas, reconhecidas como não sendo de todo, “estâncias de férias” como a Figueira pretende ser, e de que Zita Seabra diz ser outra vez apetecida e procurada, apresentaram os seguintes indicadores no ano de 2002 :
Aveiro
Nº de camas : 1072 ( na Figueira : 2000 camas)
Dormidas : 127 mil (na Figueira : 157 mil )
Taxa de ocupação : 32,4 % ( na Figueira : 23,6 %)
Leiria
Nº de camas : 1622
Dormidas : 123 mil
Taxa de ocupação : 27,8 %
Viseu
Nº de camas : 1175
Dormidas : 155 mil
Taxa de ocupação : 36,2 %
Tenho pena de não ter podido obter valores referentes a 2003, mas o nosso sistema estatístico é aquilo que se sabe : em lentidão, atraso e desactualização, verdadeiramente terceiro mundista .
Esta mania de se dizer que se quer colocar as terras no mapa, como se dele se tivessem evaporado, parece ser endemia contagiosa.
Santana Lopes já fizera do chavão “ colocar a Figueira no mapa “ um imaginoso slogan de propaganda.
A moda propaga-se. Segundo noticia o Diario As Beiras, agora é Zita Seabra , devota convertida ao culto de Nossa Senhora de Fátima, que diz ser necessário colocar Coimbra no mapa .
Uma afirmação muito pouco lisonjeira para Carlos Encarnação, Presidente da Câmara de Coimbra desde há quase 4 anos, cumpre sublinhar.
Zita Seabra imita e invoca o sagrado nome do querido líder, quando se refere a “voltar a pôr Coimbra no mapa , como Santana Lopes fez na Figueira da Foz” .
Terra sobre a qual acrescenta esta afirmação espantosa : “ outrora uma praia envelhecida e deprimida e, depois da sua passagem pela Câmara , uma estância de férias outra vez apetecida e procurada “.
Zita Seabra saberá do que está a falar?
Ignoro onde terá ido Zita Seabra buscar elementos para fundamentar tal conclusão. Provavelmente serão só palpites e tentações eleitoralistas.
A época balnear , de maior afluência de turistas ( ou de banhistas...) , continua reduzida, na Figueira da Foz, ao mês de Agosto . Talvez mesmo somente às suas 3 primeiras semanas.
Em Agosto, desde que me lembro, a Figueira sempre esteve cheia, com Santana ou sem Santana, com foguetes ou sem foguetes, com desfiles de bikinis ou sem desfiles de bikinis.
Nos fins de semana de Julho, a Figueira também sempre esteve cheia de turistas, por um ou dois dias, na sua maioria gente que por aqui tem um apartamentozito de segunda residência .
O mês de Setembro deixou , de todo, de ser um mês pertencente à época balnear, como resultado de uma alteração substancial dos hábitos e do contexto económico e cultural do tecido social português.
Na parte restante do ano, a actividade turística anima mais um pouco a cidade, um ou outro fim de semana .
Mas deixemo-nos de palpites e de propaganda eleitoral. Será melhor ir buscar a verdade dos números.
Segundo o INE , a taxa média anual de ocupação dos estabelecimentos hoteleiros da Figueira foi:
- em 1999 : 25,8 %
- em 2000 : 25,1 %
- em 2002 : 23,6 %
Onde estará a transformação da praia envelhecida e deprimida, na estância outra vez apetecida e procurada ?
E onde estará o determinante papel do turismo na economia figueirense?
Desde logo, refira-se o caso de Coimbra, onde, com um número total de camas 9% superior ao da Figueira , se verificaram os seguintes valores:
- número de dormidas: 317 mil ( 157 mil na Figueira)
- taxa média anual de ocupação : 39,3 % ( 23,6 % na Figueira )
Outros concelhos de cidades próximas, reconhecidas como não sendo de todo, “estâncias de férias” como a Figueira pretende ser, e de que Zita Seabra diz ser outra vez apetecida e procurada, apresentaram os seguintes indicadores no ano de 2002 :
Aveiro
Nº de camas : 1072 ( na Figueira : 2000 camas)
Dormidas : 127 mil (na Figueira : 157 mil )
Taxa de ocupação : 32,4 % ( na Figueira : 23,6 %)
Leiria
Nº de camas : 1622
Dormidas : 123 mil
Taxa de ocupação : 27,8 %
Viseu
Nº de camas : 1175
Dormidas : 155 mil
Taxa de ocupação : 36,2 %
Tenho pena de não ter podido obter valores referentes a 2003, mas o nosso sistema estatístico é aquilo que se sabe : em lentidão, atraso e desactualização, verdadeiramente terceiro mundista .