domingo, fevereiro 06, 2005
CARNAVAIS
Para a economia do Brasil, o Carnaval é reconhecidamente uma enorme fonte de receitas de turismo, obtidas a partir das muitas centenas de milhares de visitantes que , de todo o mundo, a ele acorrem , deixando lá preciosos dólares e euros.
Há trinta ou quarenta anos, aqui por Portugal, as festas do Carnaval eram fontes de receitas significativas para algumas vilas ou cidades, onde havia corsos carnavalescos que atraiam grande número de visitantes. Era esse tradicionalmente o caso de Ovar, Mealhada, Torres Vedras, Sines, Loulé ou Funchal.
Para a economia do Brasil, o Carnaval é reconhecidamente uma enorme fonte de receitas de turismo, obtidas a partir das muitas centenas de milhares de visitantes que , de todo o mundo, a ele acorrem , deixando lá preciosos dólares e euros.
Há trinta ou quarenta anos, aqui por Portugal, as festas do Carnaval eram fontes de receitas significativas para algumas vilas ou cidades, onde havia corsos carnavalescos que atraiam grande número de visitantes. Era esse tradicionalmente o caso de Ovar, Mealhada, Torres Vedras, Sines, Loulé ou Funchal.
Mas depois houve muitas terras que começaram a copiar a moda, e esta foi-se espalhando.
Uma delas é a Figueira da Foz, de entre muitas e muitas outras. Multiplicaram-se por aí fora os desfiles de Carnaval, mais ou menos provincianos, quase sempre suportados por subsídios dados pelas respectivas autarquias, ou seja, a partir do bolso dos contribuintes.
O Carnaval foi assim deixando de ser negócio e fonte de receitas, até mesmo para aquelas referidas terras nacionais onde antes ele havia ganho alguma tradição.
Na Figueira da Foz, os cofres municipais contribuem com 225 mil Euros ( 45 mil contos) para as festas carnavalescas de 2005. Em declarações recentes à imprensa, o Presidente da Comissão das Festas ( destas e de outras) em que se transformou a Figueira Grande Turismo (FGT) afirmou que “ basta olhar para a taxa de ocupação do parque hoteleiro e da restauração figueirenses para constatarmos que o investimento vale a pena ser feito” .
Ora aí está um facto que importaria ver confirmado por estatísticas, credíveis inquéritos e cuidadosos apuramentos, e não por meros palpites. Seria possível a FGT facultá-los à opinião pública?
A cidade fica, nas tardes de Domingo e de 3ª feira de Carnaval , cheia de carros estacionados, é verdade. Afluem à avenida marginal alguns milhares de mirones mais ou menos foliões. O grande parque de estacionamento junto ao forte de Santa Catarina fica repleto. Autarcas, assessores e administradores, ficam fascinados a olhar para tanta gente!....
Além naturalmente das pessoas de Coimbra que aqui têm a sua segunda residência e até aqui se deslocam quase todos os fins de semana, haja ou não folguedos, os fluxos de visitantes que vêm nestes dias à cidade da Figueira devem todavia ser provenientes, na sua esmagadora maioria, ou do próprio concelho, ou de concelhos mais ou menos próximos .
Alguns haverá que ainda cá virão almoçar, mas em geral vêm depois do almoço .
Assistem ao corso, onde umas meninas despidas tiritam com um frio capaz de enregelar os ossos, compram umas pipocas, comem uns churros, bebem uns pirolitos ou umas cervejolas, e regressam satisfeitos a casa a tempo de ver as telenovelas, já que a Quinta das Celebridades já terminou.
Haverá ainda alguma presença nos telejornais dando notícias avulsas dos vários carnavais , nos quais o nome e as imagens eventualmente recolhidas da Figueira da Foz se perdem e se confundem misturados com tantas outras terras onde houve festas de carnaval.
Haverá ainda alguma presença nos telejornais dando notícias avulsas dos vários carnavais , nos quais o nome e as imagens eventualmente recolhidas da Figueira da Foz se perdem e se confundem misturados com tantas outras terras onde houve festas de carnaval.
Tudo pesado, bem gostaria de ver demonstrado , por um balanço benefício-custo credível, se de facto o “investimento” ( como disparatadamente lhe chama o Administrador da FGT ) tem algum retorno.
Resta um outro fundamento e um outro propósito para gastar aqueles 225 mil Euros .
Dar circo ao pessoal indígena, que é o que pessoal gosta .
Até ao dia em que falte também o pão.
E em que seja necessário explicar ao pessoal que falta o pão por se ter gasto demasiado em circo .