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quarta-feira, dezembro 15, 2004

ESTIMATIVAS DE “LOGO SE VÊ “ E ORÇAMENTOS DE “FAZ DE CONTA”

Lido no Blasfémias :

Faça-se. Depois, logo se vê.
Um retrato de como se fazem projectos no sector público.
"Nuno Morais Sarmento, ministro de Estado e da Presidência, afirmou ontem ao COMÉRCIO que o Mediaparque tem tudo para se auto-sustentar e que "não custará aos contribuintes nem mais um euro do que está previsto no orçamento da RTP". Luís Augusto Azevedo, director do projecto, não deixou de referir, no entanto, que apesar da auto-rentabilidade do Mediaparque estar prevista e ser viável "é ainda impossível saber-se ao certo quanto dinheiro sairá dos cofres do Estado" para suprir os 80 milhões de euros que representam o custo total do projecto. "

Eis o puro voluntarismo realizado com o dinheiro dos contribuintes.
Em qualquer empresa, um «director do projecto» que não soubesse indicar as fontes de financiamento, os montantes envolvidos e a rentabilidade de um qualquer projecto, não continuaria na funções muito mais tempo.
Como é possível dizer, na mesma frase, que será auto-rentável (?), que será viável e a seguir acrescentar que não se sabe quanto custará aos contribuintes?

E que dizer , acrescenta agora o quinto poder , de um orçamento municipal para 2005 prevendo receitas e despesas de 85 milhões de Euros , para depois virem a ser arrecadados , no exercício anual , entre 50 a 60 milhões de receitas ?
Em qualquer empresa ( pelo menos nas privadas…) um gestor que fizesse tais previsões para depois acabar com tal desempenho , no início do ano seguinte estava despedido com justa causa . Mas talvez nas empresas públicas ou nas autarquias locais um desvio dessa ordem não seja assim tão importante . Os orçamentos municipais são em geral meros exercícios de faz de conta .

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