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domingo, novembro 21, 2004

O INDISPENSÁVEL ARREPENDIMENTO

Lido no editorial do Diário Económico de ontem , subscrito por Luís Miguel Viana :


(...) há uma questão política que José Sócrates até agora não resolveu: os portugueses não perdoaram ainda ao PS o estado em que deixou as contas públicas em 2001. Já estarão, provavelmente, inclinados a fazê-lo, como vários indicadores, entre os quais as sondagens, parecem indicar. Subsiste-lhes, todavia, um obstáculo: nem o PS, nem Guterres (cuja importância neste jogo é cada dia mais importante) se explicaram e retrataram cabalmente desse facto. Ora, o perdão exige um mínimo de arrependimento.
Sem esse passo, sem assumir o que correu mal e sem garantir que não se voltará a repetir, será difícil a José Sócrates fazer passar o actual discurso.

Estou plenamente de acordo e subscrevo . Fico esperando a confissão expressa desse arrependimento.
Um primeiro bom sinal , foi sem dúvida a corajosa declaração de José Sócrates de que , com o PS , não haveria , de momento , qualquer redução do IRS ou do IRC , dado a consolidação orçamental estar ainda longe de ter sido alcançada .
Não julgo ser necessário chegar ao ponto (para já, pelo menos...) de José Sócrates dever adoptar um discurso de prometer somente "sangue , suor e lágrimas.." , à Winston Churchill .
Mas pelo menos será desejável uma mensagem que não prometa aos portugueses facilidades nos próximos tempos , quando os grandes desafios colocados pela ampliação a 25 membros da União Europeia fizerem sentir as suas consequências .
Um discurso mobilizador também , assim do género : " portugueses , vamos lá a ter juizo , nada de entrar em fáceis despesismos , vamos acima de tudo priveligiar os investimentos com retorno social e económico , e vamos lá a arregaçar as mangas , que a tarefa vai ser árdua...".
Pouco eleitoralista, um tal discurso ? Talvez. Mas será o único que nos poderá retirar do pântano. E depois das más experiências dos últimos anos , e da que vai resultar evidente do populismo santanista , o eleitorado estará mais propenso do que se julga a mostrar adesão a um discurso daquele estilo e com aquele conteúdo .
A nível local e autárquico da paróquia da Figueira da Foz , o mesmo será aplicável.

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