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terça-feira, setembro 07, 2004


A MARINA DA GALA

A obra está pronta e deverá estar por pouco a sua inauguração
Certamente em cerimónia de pompa de circunstância , com direito ao descerramento da inevitável lápide em pedra de bom mármore , com longo texto recordatório , a letras douradas ...
Por passar junto do local diariamente , fui acompanhando a progressão da obra .
E fui-me surpreendendo com a dimensão e a escala que ela vinha ganhando .
Ao princípio, falava-se numa coisa com a designação simples de “ núcleo piscatório” .
Afinal virou autêntica marina .

Mas pelos vistos não se poderá chamar marina , nem ser utilizada como tal , como ancoradoiro alternativo às embarcações atracadas na doca de recreio da cidade , junto ao jardim municipal .

Também não sei como aquelas passariam por debaixo da ponte dos arcos.
Dizem que a nova , prometida e re-prometida para estar pronta em 2005 , vai ser elevada relativamente à cota actual do actual tabuleiro .
Não estou a ver muito bem como , mas os engenheiros , neste caso os civis , são , por definição , pessoas muito engenhosas ...

A obra beneficiou , segundo creio , de comparticipação de fundos comunitários , especificamente para um “núcleo piscatório” , e por isso nem outra designação , nem outro uso , poderá ter .
Os estrados-cais irão porventura acolher umas poucas dezenas de barquitos de pesca de entretenimento dali da zona .
O vastíssimo terreiro poderá servir de aeroporto para as gaivotas em dias de borrasca no mar . O comprido cais virado para o estuário parece ser um bom e concorrido local para pescar à linha .
O custo total da obra terá sido da ordem dos 1,8 milhões de Euros ( 360 mil contos na moeda antiga) , não sei se já contando com as inevitáveis derrapagens .
Ignoro quais sejam os retornos esperados do investimento : o financeiro e algum não financeiro que possa haver .
Os dois tipos de retorno devem certamente ter sido avaliados antes de se avançar para tão grandiosa obra . Ou não terão sido?
E terá sido feito o seu devido enquadramento e posicionamento numa escala de prioridades para aplicação do dinheiro público ? .
Um bem que , convirá lembrar , é escasso , e somos nós todos a gerá-lo .
Isto é : não haveria em carteira obra mais necessária e com maior retorno , para o Município e/ou para a Freguesia ?
Restará ainda a gestão corrente da infra-estrutura . Quem vai suportar os respectivos custos correntes? A manutenção , a limpeza, a segurança , a água , a iluminação...

Estas são algumas das interrogações que gostaria de ver respondidas e esclarecidas

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