quinta-feira, julho 22, 2004
O CREDITO A DAR A UMA PROMESSA
O crédito a dar a uma promessa , ou a uma mera afirmação , depende , acima de tudo , da credibilidade do promitente .
A avaliação desta última tem de ser necessariamente baseada na análise do seu currículo e do seu desempenho passado .
Não há nisto nenhuma má vontade ou nenhum preconceito .
É assim que as coisas se passam , no quadro do mais elementar senso comum .
Quando avaliamos alguém , seja um vendedor imobiliário , seja um vendedor de um carro em segunda mão...olhamos para o que fez no passado .
Santana Lopes jura agora , a pés juntos, que vai governar seguindo o rumo da seriedade e do rigor .
Ora , no seu mandato como Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz , não revelou nenhum rigor , como é público e notório .
Assim , a título de meros exemplos , não revelou rigor :
- ao deixar o Município com uma dívida total de 4, 74 M contos (milhões de contos) , quase três vezes a dívida total existente no início do seu mandato ;
- ao deixar uma dívida a fornecedores de 2,9 M contos , 4 vezes superior à dívida a fornecedores no início do seu mandato ;
- ao encomendar , através da Empresa Figueira Grande Turismo , um esquisso para um mirabolante Centro de Congressos, a um afamado e caro arquitecto espanhol , ao qual houve depois de pagar uma indemnização de 150 mil contos pelo facto de tal mirabolante projecto não poder ir obviamente avante ;
- ao gastar rios de dinheiro em despesas correntes de mera propaganda pessoal , em publicidade , festas , espectáculos e foguetório ;
- ao fazer um negócio ruinoso para a devolução da Zona Industrial para o Município , pela bela quantia de 500 mil contos , a coberto de uma garantia bancária , cuja dívida foi transferida como passivo para o elenco camarário seguinte ter de pagar ;
- ao fazer inaugurações apressadas , por óbvias razões eleitoralistas , de obras completamente inacabadas ( como por exemplo a ETAR da Fontela , e a estação elevatória da Avenida do Brazil) , ou obras sem estarem devidamente equipadas e aptas a funcionarem devidamente ( como o acontecido na Piscina Praia ) , ou obras acabadas à pressa que depois tiveram de ser refeitas ( como por exemplo a ligação da IP3 à zona norte da Figueira ) ou ainda inaugurações de começos de obras (! ...) sem estarem assegurados os recursos financeiros indispensáveis (como por exemplo a recuperação do Paço de Tavarede ) ;
- na gestão ruinosa da Empresa Municipal Figueira Grande Turismo , que estava num completo caos administrativo e contabilístico, e em estado de falência técnica , no início do mandato do elenco camarário que lhe sucedeu ;
- ao fazer , para 2001, um Orçamento com receitas irrealisticamente super valorizadas , num valor global de 16,7 M contos , para depois apenas terem sido cobrados 11,0 M contos no decorrer daquele exercício anual ;
- ao fazer cabimentar , no decorrer daquele exercício anual , um total de 14,7 M contos , quando o fluxo de Tesouraria só permitiu na realidade cobrar receitas num total de apenas 11,0 M contos , do que resultou o elevado endividamento a fornecedores no final do seu mandato , no montante de quase 3 M contos, 4 vezes superior à dívida a fornecedores no início do mesmo ;
- ao deixar obras literalmente paradas pelo facto dos respectivos empreiteiros se recusarem dar-lhes continuidade , por faltas e atrasos de pagamentos ;
- ao tomar compromissos a Juntas de Freguesia e a Colectividades , com expressão em deliberações camarárias , num montante total acima de 200 mil contos , sem haver as mínimas condições de Tesouraria para serem cumpridas .
Perante tudo isto , que não é tudo , a juntar ao anteriormente sucedido no Sporting , e ao que posteriormente se viu e vê na Câmara Municipal de Lisboa , que crédito se poderá dar à recente jura de Santana Lopes de que agora é que vai governar com rigor?
Uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma !....
Nesta matéria , a velha sabedoria popular ainda é mais severa e rigorosa : cesteiro que faz um cesto, faz um cento ...