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sexta-feira, fevereiro 06, 2004

Figueirismo flamejante ...

Em recentes deambulações buscando testemunhos do passado , dei com este saboroso naco de prosa , na edição da “Voz da Figueira” de 21 de Julho de 1960 .

Há reverberações helénicas nesta salutar poesia de ar livre que é a Figueira , defronte do mar !
Na atmosfera faulhante , incendiada de cores, palpita uma gaseificação maravilhosa de champanhe , qualquer coisa de borbulhante e embriagador que , mais pelas sensações do que pelos olhos , se nos transmite ao sistema nervoso e o galvaniza num agradável desespero excitante de movimento , de cor , de som!
(...)
A encarnação do céu , as fulvas areias finas da praia , o azul diáfano dos longes e o verde glauco em todas as gamas da líquida superfície marítima , pontilhada de grisalhas ondinas de espumas – tudo , tudo isto , fundido numa só substância , é uma tentação voluptuosa , e um quadro emocionante e arrebatador !...


Cá pelo nosso burgo , praia da claridade e rainha das praias de Portugal , ainda parece haver muito boa e ilustre gente que se não fala ou escreve mais ou menos assim , pelo menos assim fantasia e sonha...
Para falar e escrever, hoje em dia usam mais o politiquês.
Sobretudo o politicamente correcto , que não faz ondas nem ondinas .
Só muita espuma .

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