quinta-feira, junho 07, 2007
REGRESSO A UM PAÍS DUPLICADO...
Depois de longa ausência, regresso à Figueira da Foz viajando pela A8 , até esta se transformar de súbito na A17 . Vá-se lá entender porquê, presumo que será tão somente por mudança da concessionária, das AE Atlântico para a Brisa.
Faço assim a minha inauguração. Uma agradável surpresa, solto um murmúrio de...finalmente!...De pronto chego ao Louriçal . Um pulo mais e eis que estou a vislumbrar a Figueira e a graciosa curva da sua ponte.
Acabou-se a pior parte da infernal EN109, dos seus numerosos semáforos, dos seus intermináveis traços contínuos, das pacientes viagens atrás de camiões de madeira ou de seráficos e lentos passeantes de domingo.
Daqui a mais ou menos um ano, ao que se anuncia, ficará terminado o troço final, desde o Louriçal até Mira.
Ninguem o duvidará, poderá vir a ser o início de um novo tempo para a Figueira (1).
Mas o meu contentamento não pôde deixar de ser depois amortecido.
Chegado ao meu destino, dou comigo a observar com atenção um mapa das auto-estradas à escala europeia.
No estreito rectangulo português, numa faixa litoral de 60 a 80 km de largura, vai poder-se, daqui a um ano, ir de Lisboa até à fronteira galega por 2 auto-estradas quase paralelas, separadas por cerca de 50 km, no máximo, e nalguns pontos, por escassos 5 a 6 km, lá mais para norte. Num mapa com uma escala de 1:3500000 ( 1cm=36km) nem será possível distinguir uma da outra, por se sobreporem.
Não conheço na Europa nada que se assemelhe a tal duplicação, tirando o caso da rica e económicamente poderosa Alemanha, onde há auto-estradas por todo o lado.
Em Itália, ao longo da sua “bota”, há uma auto-estrada a cerca de 50 km do litoral poente e outra pelo litoral adriático. Mas separam-na distâncias da ordem dos 160 a 180 km.
Somos portanto um país rico. Ainda bem, louvemos os deuses.
Depois de longa ausência, regresso à Figueira da Foz viajando pela A8 , até esta se transformar de súbito na A17 . Vá-se lá entender porquê, presumo que será tão somente por mudança da concessionária, das AE Atlântico para a Brisa.
Faço assim a minha inauguração. Uma agradável surpresa, solto um murmúrio de...finalmente!...De pronto chego ao Louriçal . Um pulo mais e eis que estou a vislumbrar a Figueira e a graciosa curva da sua ponte.
Acabou-se a pior parte da infernal EN109, dos seus numerosos semáforos, dos seus intermináveis traços contínuos, das pacientes viagens atrás de camiões de madeira ou de seráficos e lentos passeantes de domingo.
Daqui a mais ou menos um ano, ao que se anuncia, ficará terminado o troço final, desde o Louriçal até Mira.
Ninguem o duvidará, poderá vir a ser o início de um novo tempo para a Figueira (1).
Mas o meu contentamento não pôde deixar de ser depois amortecido.
Chegado ao meu destino, dou comigo a observar com atenção um mapa das auto-estradas à escala europeia.
No estreito rectangulo português, numa faixa litoral de 60 a 80 km de largura, vai poder-se, daqui a um ano, ir de Lisboa até à fronteira galega por 2 auto-estradas quase paralelas, separadas por cerca de 50 km, no máximo, e nalguns pontos, por escassos 5 a 6 km, lá mais para norte. Num mapa com uma escala de 1:3500000 ( 1cm=36km) nem será possível distinguir uma da outra, por se sobreporem.
Não conheço na Europa nada que se assemelhe a tal duplicação, tirando o caso da rica e económicamente poderosa Alemanha, onde há auto-estradas por todo o lado.
Em Itália, ao longo da sua “bota”, há uma auto-estrada a cerca de 50 km do litoral poente e outra pelo litoral adriático. Mas separam-na distâncias da ordem dos 160 a 180 km.
Somos portanto um país rico. Ainda bem, louvemos os deuses.
Podemos por isso dar-nos ao lrequintado luxo de duplicar as auto-estradas, triplicar os pavilhões multi-usos e as piscinas, quadruplicar os centros de espectáculos, quintuplicar as universidades, e por aí fora.
Iremos também duplicar a ligação ferroviária entre o Porto e Lisboa, se for levado a cabo o enorme e irresponsável disparate de construir um TGV entre as duas cidades.
Por uma das linhas, a já existente, poder-se-à chegar de uma a outra em cerca de 2 horas e 15 minutos ( como parece ser possível, se for melhorada a actual ferrovia, de forma competente e responsável).
Pelo eventual TGV, a viagem poderá demorar uma hora e meia.
A diferença é de 45 minutos por viagem.
A brincadeira vai custar uns quantos milhares de milhões de euros?
E daí? Co’s diabos, para os portugueses, sempre eficientemente apressados e rigorosamente pontuais, tempo é dinheiro!
(1) Em politiquês pechisbeque, dir-se-ia que as novas “acessibilidades abrem uma janela de oportunidades...”
Iremos também duplicar a ligação ferroviária entre o Porto e Lisboa, se for levado a cabo o enorme e irresponsável disparate de construir um TGV entre as duas cidades.
Por uma das linhas, a já existente, poder-se-à chegar de uma a outra em cerca de 2 horas e 15 minutos ( como parece ser possível, se for melhorada a actual ferrovia, de forma competente e responsável).
Pelo eventual TGV, a viagem poderá demorar uma hora e meia.
A diferença é de 45 minutos por viagem.
A brincadeira vai custar uns quantos milhares de milhões de euros?
E daí? Co’s diabos, para os portugueses, sempre eficientemente apressados e rigorosamente pontuais, tempo é dinheiro!
(1) Em politiquês pechisbeque, dir-se-ia que as novas “acessibilidades abrem uma janela de oportunidades...”