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sábado, dezembro 23, 2006

A INJUSTA MAS INDISPENSÁVEL EFICÁCIA
Da crónica de Daniel Bessa hoje publicada no Expresso, retiro o seguinte extracto :
(...)
O esforço de consolidação e de redução da despesa, só pode ter um prémio : a redução da carga fiscal. Que imposto ou impostos baixar, eis a questão.
A minha opinião é clara : devemos começar por baixar os impostos sobre as empresas.
É verdade que o capital já paga menos impostos do que o trabalho e que, com a redução da carga fiscal sobre as empresas, esta injustiça será agravada. Acontece que, nos dias de hoje, esta questão é muito mais uma questão de eficácia do que uma questão de justiça.
O capital tem uma mobilidade que o trabalho não tem. Só atrai, e ao emprego que gera, quando for competitivo – coisa que Portugal não é, suficientemente.
(...)
Pois é. Neste mundo injusto, as coisas são como são, e de pouco valerá indignarmo-nos e clamar que são injustas.
Mais valerá usar a eficácia como modelo de orientação para combater essas injustiças.

Recordo-me de Helmut Schmidt, que nos anos setenta sucedeu a Willy Brandt como Secretário-Geral do PSD alemão e como Chanceler da República Federal da Alemanha, e que então dizia ou escrevia :
“ os lucros das empresas, hoje, serão os investimentos de amanhã, que farão baixar o desemprego depois de amanhã “

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