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domingo, dezembro 04, 2005

O GOSTO PELA CULTURA DE UM PRESIDENTE

Sobre a cultura de um candidato a Presidente que se diz um homem culto e de cultura, porque leu um dia Os Lusíadas, acho oportuno dar destaque a um artigo de Francisco José Viegas publicado há um par de dias no Jornal de Notícias, do qual transcrevo este trecho:


Mas o que está em causa é "um presidente que dê a ideia de ser um homem culto".
A ideia é que ele respeite "a cultura" (a gente que assina documentos públicos e tem poder no "sistema cultural" e nas "associações do sector"), os músicos e os cineastas.
Não é má ideia, tirando que a literatura não se faz nas "associações do sector" e que a cultura não é propriedade do "sistema cultural" e do complexo de cargos para que há nomeações e comissariados.

O que me incomoda, e sempre incomodou, é a imagem do político que gosta de reunir essa gente e que treme de comoção quando "os artistas" lhe dizem que estão muito honrados por serem aceites na corte.
Um presidente que respeite a cultura e que não suborne os escritores, os músicos, os pintores, é bom. É magnífico.
Mas eu prefiro que, além disso, o presidente deixe "a cultura" em paz e que, em vez disso, seja honesto, imune a pressões corporativas e pedidos de favorecimento, e seja incapaz de pressionar "a cultura".

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